Aqui, sugestão de livros relacionados à música. Não é evidentemente uma bibliografia completa, mas contém alguns títulos que podem auxiliar a quem quer ampliar seu conhecimento musical.
"O Ouvido pensante", de Murray Schafer - Ed. Unesp.
Este livro traz as experiências desse compositor canadense na sala de aula, abordando aspectos musicais e extra-musicais, numa linguagem acessível a músicos e leigos.
A proposta de Schafer é particularmente possível para o Brasil. Não se trata de um a proposta dirigida a alunos especialmente dotados, mas a toda população, independentemente de talento, faixa etária, ou classe social. Além disso, Schafer preocupa-se em particular com os elementos mais simples, com as observações mais corriqueiras: de quantos modos diferentes pode-se fazer soar uma folha de papel? Ou as cadeiras de uma sala de aula? Como sonorizar uma história de modo a torná-la reconhecível apenas pelos seus sons? Como construir uma escultura sonora?
"O Virtuose", de Margriet Moor.
A genialidade e sedução de um cantor, do ponto de vista de uma mulher. Refências musicais e costumes de época estão presentes nesta obra, que se passa em Nápoles, Itália, século XVIII. Ela, uma jovem senhora da sociedade; ele, um castrato que arrebata o público com seu virtuosismo e sua beleza perfeitamente feminina. Juntos, eles consumam uma fantasia erótica estranha e fascinante, entrelaçados pelo sexo e pela música.
"Alucinações musicais", de Oliver Sacks.
Oliver Sacks examina, aqui, uma série de experiências humanas intrigantes, dramáticas ou assombrosas ligadas à música - desde um grupo de crianças portadoras de uma síndrome que as torna hiper-musicais até pessoas com 'amusia', uma condição neurológica que faz uma sinfonia soar como uma trombada automobilística.
"O Discurso dos Sons", de Nikolaus Harnoncourt - Jorge Zahar Editor
Este livro é, sem dúvida uma resposta às indagações dos músicos e de todos aqueles que se interessam de forma séria pela produção musical da humanidade nos últimos séculos. Escrito em linguagem simples e cristalina, o livro trata de questões fundamentais para a apreciação e interpretação da música ocidental, introduzindo novos conceitos e uma nova meneira de ver a produção musical do passado (por Myrna Herzog)
"Ensinando Música Musicalmente", de Keith Swanwick - Ed. Moderna
Este livro destina-se a educadores musicais, incluindo praticantes e estagiários, em escolas e faculdades, e professores de instrumentos musicais. Poderá ser aproveitado, também, tanto por pessoas que criam ou executam música como por aquelas que têm apenas curiosidade sobre as formas pelas quais repondemos à música. Ele poderá auxiliar a todos os interessados no valor e função da música e a profissionais nos campos em desenvolvimento da psicologia e sociologia da música. As idéias aqui discutidas estimularão aquele que não têm, necessariamente, de pensar em si mesmos como "professores" no sentido formal do termo, mas que estão de alguma forma envolvidos com o mundo da música.
"Interpretação da Música", de Thurston Dart - Martins Fontes editora.
A notação musical em uso hoje é o resultado do desenvolvimento lógico daquela usado nos tempos passados, mas a significância atual dos símbolos pode ser, e é com frequência, completamente diferente da significância que possuíam na França do séc. XVIII, ou na Inglaterra do séc. XVI, ou na Itália do séc. XIV. A notação moderna é muito mais precisa em matéria de andamento, dinâmica, ritmo, instrumentação, altura do som, duração das notas, etc., do que foi em outro século mais remoto. Um compositor do séc. XX usa notação de acordo com as convenções da sua própria época; portanto, será difícil um intérprete do séc XX compreendê-lo mal. Um compositor do séc. XVIII, XVI ou XIV, também usou uma notação de acordo com as convenções de sua própria época - portanto, é bem possível que um intérprete do séc. XX compreenda a sua música de maneira totalmente equivocada, devido a um conhecimento inadequado daquelas convenções, a maioria delas desde há muito obsoleta e esquecida.
Thurston Dart, cravista de renome, escreveu este guia para os apreciadores da música composta desde a Idade Média até 1800. É uma obra fundamental, indispensável tanto para intérpretes quanto para ouvintes ou editores de música. (extraído do prefácio do livro)
"De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação", de Marisa Trench de Oliveira Fonterrada - Editora Unesp
Desde 1996, a música recuperou seu status de disciplina educacional e voltoua estar presente nas escolas. No entanto, após três décadas de ausência, perdeu-se a tradição da educação musical. Por isso, além de oportuno, é necessário repernsar os modos de implantação de seu ensino e de sua prática. Essa é a proposta de Marisa Trench de Oliveira Fonterrada, neste instigante De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. Como ponto de partida, Fonterrada considera o quanto a educação musical decorre de hábitos, valores, condutas e visões de mundo da sociedade de cada época. Entretanto, deixa claro que a música é uma parte necessária, e não periférica, da cultura humana, merecendo ocupar um lugar proeminente no sistema educacional. Em face disso, defende a necessidade de combater vigorosamente a indigência cultural a que a escola está submetida e de reconhecer a relevância das artes e, particularmente, da música, no processo educativo.
"ABC da Música", de Imogem Holst - Ed. Martins Fontes
A linguagem da música como qulaquer outra linguagem, morrerá se for confinada a um grupo de normas em um livro de teoria: o conhecimento da gramática francesa ou alemã é inútil se não resultar na conversação. Pretendo qua as normas da gramática musical ultrapassem a utilidade de uma referência textual. Na verdade, elas podem ajudar examinando os que ainda não tiveram a oportunidade de perguntar "por quê?". Mas os estudantes não são os únicos leitores que trago em mente. Este livro também foi escrito para os cantores e instrumentistas amadores qua ainda têm dificuldade na leitura da música, e para o número crescente de ouvintes que querem explorar os sons que estão ouvindo. O objetivo deste livro é enconrajar o canto, a execução instrumental e a audição cada vez mais viva da música.
"Fraseologia musical", de Esther Scliar - Ed. Melhoramento
Ensaista, professora de composição e regência em vários seminários de música, nacionais e internacionais, compositora de música coral e de câmara, Esther Scliar é uma das figuras exponenciais do cenário musical brasileiro contemporâneo, resultado de uma longa e intensa práxis musical, este livro aparece como um material definitivo e imprescindível. "Fraseologia musical" apresenta de modo didático o universo da escrita musical sob o ponto de vista do discurso musical, mostrando suas características, apontando e comparando de forma conceitual a linguagem fraseológica.
